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12 janeiro 2011

O COMEÇO III


É natural que, num primeiro momento, ao se conhecer a ideia de que o ser humano é formado por 3 espíritos interligados, haja fortes discordâncias pelo sentido que a palavra "espírito" adquiriu em nossa sociedade. Muito comum também que o tema espiritualidade seja ora remetido a doutrinas religiosas; ora associado a práticas distantes de comtemplação; ora visto como utopia sonhadora de uma realidade inexistente em nossa correria diária.

Como os antigos povos da polinésia aceitavam o conceito básico de que 3 aspectos formavam cada pessoa, a ideia de um ser trino era natural para eles. Assim, cada ser trino manipulava e até mesmo brincava com a energia armazenada no corpo, sem culpa ou temor. Desenvolver a espiritualidade era, portanto, algo inerente às diversas experiências de vida, onde tudo é energia. Não tinha nada a ver com fazer caridade ou se penitenciar para ganhar a tão sonhada "casinha no céu".

Os avançados estudos de Max Freedom Long comprovam como o conceito dos 3 espíritos ou aspectos de consciência eram vistos. Conforme já expusemos, denominavam uhane, unihipili e aumakua. Cada espírito reside em seu molde original feito de material transparente. Desta forma, cada espírito tem seu corpo sombreado, ou kino aka na linguagem havaiana.

Os kino aka de uhane, unihipili e aumakua, pela energia que circula em seus fios ou cordões, ligam os 3 espíritos entre si. Entretanto, os kino aka de cada espírito tem características próprias:

Kino aka do unihipili - é mais denso. Não tem forma fixa. Pode ser alongado ou tomar formas diferentes. É o "estender de dedos" que se observa em algumas manifestações literárias.

Kino aka do uhane - menos denso que o kino aka do unihipili. Estuda-se e discute-se nos dias de hoje se ele representaria o pensamento em si.


Kino aka do aumakua - situa-se fora da imagem projetada do corpo físico. É mais sutil do que os outros corpos sombreados. Pode ser detectado pela ridiestesia. Muitos o ilustram como um halo dourado ou auréola ao redor da cabeça. Embora fora da imagem do corpo, às vezes pode tocá-lo.

Os fios aka podem ser reforçados com frequência de contato, tanto entre os 3 espíritos da própria pessoa, quanto entre outras pessoas. Tais fios trançados reforçam um cordão aka, estabelecendo forte relação entre as partes ou coisas, intensificando aquilo que seria uma energização, isto é, tranferência de mana

Mana é a força de vida universal que permeia tudo o que existe, dando uma aparente situação de individualidade. Nosso corpo precisa de mana para realizar todas as suas atividades. Armazena a energia mana no espírito unihipili, que a envia para os outros 2 espíritos - uhane e aumakua. A produção de mana se faz pela respiração e pela alimentação. Também é possível haver uma recarga de mana através das manifestações da natureza ou de seus elementos. Porém, é uma questão de crença secundária. Já a respiração humana é inegavelmente a base imediata de absorção dessa força vital.

A mana no ser humano possui níveis diferentes em cada espírito. No unihipili, a mana produzida e armazenada cumpre função de manutenção básica do organismo. Este espírito, conforme dissemos, a envia para os outros 2 espíritos ou para outras pessoas.

No uhane, existe uma duplicação dessa força, que recebe o nome de mana mana. Estimula a vontade do ser nas diversas realizações.

No aumakua, a força universal atinge voltagem mais elevada e denomina-se mana loa. Possibilita a desintegração da matéria ou a materialização em si. É usada na solidificação das formas pensamento captadas do unihipili e enviada por ele ao aumakua na forma de oração ou prece. Assim, o aumakua derrama mana loa em forma de bênçãos e constrói o futuro.

O símbolo do triângulo representa que os 3 espíritos, aspectos de consciência ou simplesmente "eus", ao atuarem harmoniosamente em perfeita comunicação refletem o ser trino. Esta é a essência do segredo ou profundidade Huna: desvelar o que está oculto dentro de cada um, explanando uma filosofia de possíveis tranformações em qualquer contexto: pessoal, social ou religioso. Por isso, costuma-se dizer que se você não está usando Huna, está trabalhando arduamente.